terça-feira, 5 de maio de 2009

Bicicletas de Montreal, Vélos de Montréal


Carlos Dala Stella nasceu em Santa Felicidade, Curitiba, onde mora atualmente. Formado em Letras, abandona o mestrado de literatura brasileira e passa a se dedicar às artes plásticas. Expõe pela primeira vez em 1987, na Itália, mas é a Espanha que irá fasciná-lo . Desde então tem trabalhado com vários materiais e técnicas, como a pintura acrílica e a óleo, desenho, jato de areia e pincéis de cimento, às vezes conjugado com vidro. Ilustrou páginas de jornais, livros de diversas editoras e inúmeros cartazes.

Uma característica de seu trabalho é a imbricação entre arte plástica e escrita. Colaborador de alguns jornais de nosso estado, é autor do livro Riachuelo, 266, de crônicas e contos, O caçador de vaga-lume, de poemas e o mais recente, O Gato Sem Nome, considerado pelo autor como um "livro híbrido" com poemas e recortes, impresso em serigrafia. De março a dezembro de 2001 morou em Montreal, Canadá onde foi criado o belíssimo ensaio sobre bicicletas, Bicicletas de Montreal - Vélos de Montréal (edição bilingue português/ francês). São fotos, colagens e pinturas em diversos estilos. Pela ótica do artista, a bicicleta deixa de ser apenas um meio de transporte para se tornar obra de arte...


"Essas bicicletas, muitas delas abandonadas, eu as via no percurso de casa para o ateliê, do ateliê para casa, todos os dias. Muitas vezes me desviava por caminhos alternativos, geralmente mais longos. Nem sempre com o intuito deliberado de fotografar. Eu fazia isso para o prazer dos olhos, mas também para dar tempo e espaço ao meu vazio e com alguma sorte preenchê-lo, ainda que parcialmente, com calçadas, praças, becos. Quem sabe com algo mais. Alimentado pelo primeiro veio da intuição, talvez eu procurasse algo imprevisto, gratuito como o ar, as nuvens, um olhar. Foi assim que acabei encontrando essas bicicletas.

Alguém disse que elas são o meus nus. Os que nunca desenhei - nus públicos, disponíveis aos olhos de quem quisesse ver. Nus das ruas de Montreal, imóveis, metálicos, distintos do nu carnal da intimidade, mas que me pareceram igualmente belos e vivos..."


Neste pequeno trecho extraído do livro, percebemos a força e inspiração que as obras contidas nele têm. Cada fotografia, desenho, gravura e colagem revelam essa força visual surpreendemente lúdica e poética do abandono.

Uma obra de grande importância para nós aqui do "CCC", não apenas por se tratar de um livro ligado ao tema, mas o fato dele mostrar a visão e relação do escritor/artista curitibano com a bicicleta no exterior. Obra única e original no gênero no Brasil e no Mundo (quando se tratando de bicicletas abandonadas/arte). Uma pérola artística Cycle Chic. Meu tesouro pessoal.



3 comentários:

  1. podia deixar uns links ou pdfs pra baixar né?

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  2. Gostei do post e fiquei com uma dúvida: é um livro?
    Como consigo uma cópia?
    Abraco

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  3. Como o Livro não tem editora comercial(pelo que eu sei, a 1ª edição saiu pela Lei do Incentivo a Cultura de Curitiba ) é raro encontrá-lo, o único lugar que achei aqui em Curitiba foi na ITIBAN Comics Shop, loja especializadas em quadrinhos ...
    http//itiban.blogspot.com
    email:itiban@netpar.com.br

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